2º Salão +B de Negócios da Moda - Dia 01

Hoje em São Paulo/SP, foi dia de 2º Salão Brasileiro de Negócios de Moda e Conteúdo Criativo. O evento  é um "espaço onde empresas brasileiras do segmento de moda autoral podem expor suas coleções ao público de compradores nacionais e internacionais e, dessa forma, apresentar a estes mercados o potencial criativo da moda brasileira." O objetivo do Salão +B é "potencializar a geração de negócios de valor agregado da moda brasileira com o varejo especializado nacional e internacional e fornecer ao setor conteúdo criativo inovador".

A primeira edição do evento aconteceu ano passado, também com realização da ABEST - Associação Brasileira de Estilistas, e contou os palestrantes Luis Rasquilla, Pedro Calabrez, Marc Capra, Rony Meisler, Valdemar Iódice, entre outros.
No primeiro dia de Salão +B 2013, as palestras tiveram abertura com Valdemar Iódice, dono da Iódice e presidente da ABEST, que disse que ao lado de Roberto Davidowicz, dono da UMA e vice-presidente da ABEST, vê no Salão +B a oportunidade de investir não apenas em negócios, mas em criatividade. Para ele, o objetivo da ABEST com o Salão +B, é ampliar a moda brasileira no Brasil e no exterior, e isso só moderá acontecer por intermédio de investimento em criatividade!

O economista e ex-Ministro Delfim Netto deu início à palestra Economia Brasileira: Perspectivas para 2013 falando sobre como se dá o ato econômico: quando uma ideia encontra um financiamento e assim torna-se um fato. Porém depois disso apresentou várias idéias um tanto distorcidas, como ser mais interessante trazer um engenheiro francês do que formar um bom engenheiro brasileiro, pois assim economiza-se tempo e dinheiro em educação (!!!), ou comparar o déficit do governo FHC com o déficit dos governos Lula e Dilma (mas não colocar às claras que estamos comparando o déficit de um governo que implementou um novo regime econômico com dois governos que não implementaram nada).

Ele também fez uma breve explicação sobre a importância do câmbio baixo para as exportações, que todos os outros países também se importam com isso e por isso que o real caiu de alguns tempos pra cá em comparação com o dólar. Segundo Delfim Netto, o nosso câmbio ainda está muito alto, e baixar o câmbio ainda mais ajudaria na decisão do consumidor entre produto nacional ou importado, porém discordo nesta parte. A decisão neste caso está mais atrelado à qualidade, pois normalmente os preços dos produtos importados são praticamente os mesmos dos produtos nacionais. Os importados apenas subiriam a um preço exorbitante e seriamos obrigados a consumir produtos inferiores. O necessário é fazer com que o produto nacional tenha mais qualidade que o produto importado!

Outra das idéias distorcidas de Delfim Netto é que o grande problema do país é o desejo de ser um país onde todos são iguais, uma Suíça grande demais. Não há nenhum problema nesta ideia  Só há que trabalhar-se muito para atingi-la, e só há que dispor de políticos muito mais honestos dos que temos no momento. Outra de suas idéias seria a queda de uma legislação trabalhista. Tudo seria acertado entre empregado e empregador. Porém se a lei existe, não é exatamente porque algum dia foi preciso criá-la? Já não existem pessoas trabalhando ilegalmente demais? Quantas e quantas vezes ainda ouvimos sobre as fábricas de bolivianos em nosso país? Ainda vamos perder as leis trabalhistas que asseguram valor mínimo de salário, férias, 13º, etc.?

A palestra me pareceu muito política e pouco econômica, mas valeu para ouvir e refletir, concordar com alguns e discordar de outros pensamentos de alguém do nível de conhecimento de Delfim Netto.

Branding e Gestão de Marca foi levada por Gian Franco, CSO da Agência Pande. Segundo Gian Franco, para entender o Branding, devemos entender Marca, Valor e Gestão de Valor.

A Marca está atrelada à competitividade. Não é o símbolo da marca em si, mas o significado criado pela empresa. O que uma empresa significa para você? Assim você busca diferenciar-se de outras marcas e ter um significado próprio. É preciso atingir sempre o inconsciente do nosso público quando falamos com ele. No Branding, a marca está sempre no foco da gestão corporativa.

O Valor é um critério que te leva a uma tomada de decisão. Um significado está cheio de significados componentes, e por mais que você possa escolher um significado, não pode escolher os significados componentes, pois estes são mutáveis e dependem de cada um de nós, de quem somos, de nossas histórias e bagagens.

Assim, para a Gestão de Valor, é preciso conhecer o próprio valor para entender as mudanças que este valor pode sofrer.

Fred Gelli, Sócio e Diretor de Criação da Tátil Design falou de Design e Biomimética. O trabalho de Fred é totalmente voltado em entender a natureza como uma grande provedora de cases. Ele entende que o homem está há pouco tempo em evolução, porém a natureza já tem respostas a diversas questões para as quais nós ainda nos indagamos, como evolução, design, resíduos, super população, etc. O uso de texturas, cores, tudo isso pode ser observado na natureza, o objetivo, o público alvo, e transportado para nossos cases de criação, de moda, de design, de artes, etc.
A palestra Marketing Sensorial Aplicado à Moda tratou do Sound Branding. Zanna Lopes, Planejamento e Criação da Zanna Sound falou da importância do uso dos sentidos na hora da venda, e da importância do uso da audição, como sentido aguçador de emoções. É importante o uso do áudio pro aumento da receita nos pontos de venda. Se o áudio é atrelado com o conceito da marca, da coleção, da loja, pode aumentar em muito a renda da marca. O áudio é mais um caminho até o cliente, mais uma identidade da marca.

Um dos cases da Zanna Sound é o Metrô do Rio, onde há música e som ambiente nas estações. Também foi refeita a voz de todas as estações, mais humanizada. No som, há uma importância de ser único. Cada marca tem que ter seu cheio, seu som, seu logo, sua cara. Quando um som tem uma marca, tem um significado. É a união de branding e som.
A última palestra do dia, Color Story: Como as Cores Influenciam o comportamento do consumidor, foi ministrada por Camila Toledo, Diretora de Tendência do Stylesight. Nesta palestra o assunto também foram os sentidos e como aguçá-los.

Não há mais vez para a objetividade quando queremos contentar um cliente. Qualidade, sustentabilidade, propaganda, tudo isso agora é básico. Deve-se criar um ambiente onde as mensagens também são passadas subjetivamente. Porém devem ser ambientes que atraiam públicos específicos, não que expulsem públicos não específicos.

No início desta década de 10, houve um trabalho muito forte com os sentidos e com a comunicação abstrata no uso do colorblocking. Não eram apresentadas novas formas, mas formas de se repensar as combinações de cor que já conhecíamos.

Cores expressam emoções. Na combinação de cores, criamos sentimentos. Porém em cada cultura, as cores apresentam significados diferentes, então é preciso pensar nisso na hora de uma exportação, por exemplo.

A cor pode mudar o humor do consumidor. Para criar uma coleção, escolha um sentimento e escolha uma cor. Trabalhamos então com cor, luz e som. Para Camila, o nosso próximo passo será a personalização de cores para nossos clientes!

Por atrasos na programação, a palestra Vitrines Sensoriais e Visual Merchandising com Sylvia Demetresco, Consultora e Vitrinista, foi transferida para amanhã, 03/04. Espero que tenham gostado do review do primeiro dia e amanhã tem mais!

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