Resenha: A Esperança

Título: A Esperança
Série: Jogos Vorazes
Autor: Suzanne Collins
Editora: Rocco Jovens Leitores
Avaliação:
Orelha da Capa:
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução.

A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo.

O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas de Peeta e Gale serão is tributos exigidos nessa nova guerra?

Acompanhe Katniss até o fim deste thriller, numa jornada ao lado mais obscuro da alma humana, em uma luta contra a opressão e a favor da esperança.


A Esperança, o terceiro e último livro da saga Jogos Vorazes, é o único dos livros da série que, no Brasil, não tem um título traduzido conforme o original. A Esperança, na realidade se chama Mockingjay, ou Tordo, em original americano. É bastante bem-vindo um segundo título para este livro, ou até mesmo um terceiro (podemos usar A Revolta, título do terceiro livro em Portugal), pois esta terceira parte da história é ambígua, com muitas facetas, com muitos estilos de escrita e com vários temas.

Vamos começar pelo começo e chamando o livro de A Esperança, pois é assim que o conhecemos. A Esperança tem início exatamente um mês depois que Katniss é salva da segunda arena, em Em Chamas. Depois que ela explodiu a arena praia, aerodeslizadores rebeldes e aerodeslizadores da Capital invadiram o espaço aéreo do local, no começo de uma batalha, buscando salvar tributos ou aprisioná-los. Se antes ainda não estava claro, agora estavam declarando guerra em rede nacional.

Nem todos da arena foram salvos. Johanna e Peeta foram levados como prisioneiros pelas mãos da Capital, mas Katniss, Finnick e Beete sobreviveram e depois de curados por médicos habilidosos, descobrem que para vencer a Capital ainda há esperança.

A esperança é um morto do passado, um fantasma, uma ilusão. A esperança se chama Distrito 13.

Depois do massacre da primeira guerra, a Capital resolveu ceder uma trégua ao Distrito 13 quando este a ameaçou com sua especialidade. Grafite? Não, isso era só fachada. Tecnologia nuclear! Esta é a alma do 13. Em troca de não terem suas cabeças arrancadas do corpo por grandes bombas nucleares, a Capital achou melhor fingir que o 13 não existia mais, deixá-lo para lá. Este foi o acordo com o 13. Vocês se fingem de mortos, a gente finge que vocês estão mortos, e todos vivemos nossas vidinhas felizes para sempre... Pura enganação, claro! Porque a Capital também tinha força nuclear em seu poder e poderia entrar numa guerra do nível 13, mas naquela época o 13 não tinha mais nada a perder, enquanto a Capital, bem, quem pode perder mais é sempre o primeiro a tirar o corpo fora, não é mesmo? Então resolveram deixar o 13 quietinho até poderem domesticá-lo propriamente...

Mas como mestre Cumpadi Washington já havia alertado (maoi?):
"Pau que nasce torto nunca se endireita." E menina que requebra, mãe pega na cabeça. XD
O Distrito 13 começou a primeira guerra, chamada de Dias Escuros, e não ia fazer feio desta vez. Foi reunindo aos pouquinhos refugiados de todos os distritos, foi infiltrando espiões na Capital, foi apoiando assaltos de rebeldes, e deu início à segunda guerra!

O Distrito 13 é o local mais diferente da Capital que você possa imaginar, e mesmo assim não lhes falta absolutamente nada. Eles têm tecnologia avançada, ótimos médicos, comida balanceada diariamente, educação, abrigo, e todos lá seguem um sistema rígido de igualdade. Não há desperdícios, não há abundância desnecessária, não há vaidade vã.

A líder do Distrito 13 é a Presidenta Coin. Ela é a mulher que lidera a guerra contra a capital. Coin é uma mulher forte, rígida  segura, que não gosta de abrir exceções. Uma líder! Era pra você gostar de uma pessoa dessas de primeira mão, principalmente quando vê que o 13 está vivo, sobreviveu precariamente sozinho à primeira guerra, conseguiu se reerguer e agora é uma grande base. Mas é claro que isso não acontece com Katniss Everdeen. Tem algo em Coin que não cheira muito bem para Katniss. Pode ser o controle, pode ser o fato de ser presidenta, ou pode ser apenas o fato de que em A Esperança, Katniss Everdeen recebe vez ou outra uma entidade em seu corpo chamada Bella Swan! ¬_¬

Nas minhas resenhas de Jogos Vorazes e Em Chamas eu comentei como o sofrimento tinha feito bem a Katniss. Que ela poderia ser uma pessoa irritante, mas tinha sofrido tanto na vida com a perda do pai, a fome, ter que sustentar a casa aos 12 anos porque sua mãe tinha-se deixado levar por uma depressão e ficara praticamente inválida por anos, que tudo isso a deixara fria, madura, seca, e não irritante. Mas de tanto tentar, atingimos nossos objetivos, não é mesmo?

Katniss consegue transformar boa parte de suas cenas em lamentos de uma menininha insegura, desconfiada, com síndrome de perseguição. Desde a relação que ela começa com as cabeças do 13, desconfiando de tudo, achando que todos estão apenas usando-a como a cara da revolução - o Tordo, mas achando-a incapaz de realmente lutar, até a relação que tem com Gale e Peeta, sendo imatura, inconstante, incompreensiva, colocando apenas o seu querer e os seus medos à frente de quaisquer outros sentimentos. Katniss era muito mais madura ao entrar na primeira arena do que agora, duas arenas depois, duas vitórias depois, quando tem um ideal sério pelo qual lutar. Katniss só se salva quando está lutando, sem pensar, sem abrir a boca! Quando está correndo, a ponto de levar uma bala na cabeça ou ter seu corpo explodindo pelos ares. É nesses momentos onde ela mostra seu melhor, onde volta a ser a garota brava e destemida da arena, com o objetivo de sobreviver e proteger seus aliados.

Gale e Peeta, em contrapartida, continuam ótimas personagens para se seguir. Gale tem um foco muito maior agora em A Esperança do que teve em Em Chamas, o que é muito bom para finalmente o conhecermos por completo. Estávamos perdendo muito de termos apenas um pouco de Gale durante a história. Ele se mostra um homem forte, decidido, de opinião dura e correta. Ele não se deixa abalar por pouco e não desiste fácil de seus ideais. Ele tem Katniss como seu amor e sua melhor amiga, mas não tem medo de colocar suas opiniões e contrariá-la quando necessário. Gale é o mais sólido das três personagens principais, com certeza.

Peeta, para mim, é onde mora a esperança. Não com o sentido do título do livro, mas no sentido mais poético da palavra. Como disse acima, ele foi levado como prisioneiro pela Capital, então não é nenhum spoiler dizer que ele foi torturado. Não, é apenas lógico. Torturado como todo prisioneiro da Capital, como toda criança que entra nos Jogos Vorazes. Ele passa por momentos bastante difíceis, momentos pelos quais talvez a morte tivesse sido sua amiga, e é difícil para ele explicar tudo, entender tudo, assimilar tudo, mas pelos olhos dele, pelos olhos da esperança, nós conseguimos viver cada momento real e imaginário de Peeta.

Como não falei de mais nenhuma personagem a não ser Katniss, Gale e Peeta nas outras duas resenhas, vou manter o padrão e não falar de outras personagens nesta resenha também. Mas seria necessário! Em toda série Jogos Vorazes falar de outras personagens já se faz necessário. Esta não é uma série de três personagens e fim! Mas senti que foi em A Esperança que essas personagens gritaram mais alto comigo. Talvez porque seja onde as conheci melhor, no meio da guerra. Talvez seja porque bem ou mal, suas vidas deixaram de me pertencer na página 419, quando a história chegou ao fim. Mas já que não vou falar sobre estas personagens, direi apenas seus nomes. Ao ler, lembrem-se de Haymitch, Finnick, Annie, Castor, Pollux, Darius, Sra. Everdeen, Prim, Madge, Greasy Sae, o aliado da Capital no 2, o cantor de "A Árvore Forca", a menina com cabelos escuros e olhos azuis, o menino com cachos louros e olhos cinzentos.

Prepare-se para um livro cheio de altos e baixos, às vezes fácil de ler e às vezes meio massante, onde por momentos as cenas são descritas com muito detalhe e por momentos a cena passa e você tem que voltar a ler três vezes o mesmo parágrafo pra ver onde foi que se perdeu (e descobre que não se perdeu, a escrita que está corrida, mesmo...).

Prepare-se para dois últimos capítulos lotados do mais luxuoso nonsense e surrealismo! Você vai fazer muita coxinha, vai gritar muito "O QUÊ?!?", vai achar que Katniss é realmente algum tipo de psicopata, porque não é possível!

Mas prepare-se também para se deparar com as quatro melhores páginas finais que poderia esperar para essa história. Lágrimas, tristeza, esperança, e a antiga Katniss Everdeen, que a gente pensou que nunca mais veria, fechando Jogos Vorazes, numa forma mais velha e madura de si. É aí que lembramos que esta não é a história de uma menina do Distrito 12. Esta é a história de um país chamado Panem, que passou por muita dor, muito sofrimento e muitas mudanças. E se a Panem não é mais a mesma, o 12 não é mais o mesmo, porque Katniss Everdeen haveria de ser?

Leva 3 de 5 cafezinhos, daqueles proibidos no 13! ;D

Comentários

  1. ADOREI! Preciso pra ontem desses dois ultimos livros da Trilogia Jogos Vorazes!
    Beijos!
    www.suzannarani.com

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